História

por admin última modificação 13/01/2021 14h54
História da Casa Legislativa

Segundo registros históricos, o Cabo de Santo Agostinho tornou-se Vila, através do alvará de 27 de julho de 1811, sendo esse título confirmado pela Provisão Régia de 15 de fevereiro de 1812. Posteriormente, passou a ser cidade com a Lei Provincial nº 1 269 em 9 de julho de 1877, sendo emancipado no dia oito de fevereiro de 1893 com a eleição do primeiro prefeito republicano. Em três de agosto de 1893, o Cabo torna-se município autônomo por força da Lei Orgânica nº 52. Na primeira eleição da cidade o Poder Executivo e Legislativo ficaram constituídos da seguinte forma: Prefeito: Luiz Fernandes de Oliveira; Sub-prefeito:  Capitão Francisco de Souza Leão; Vereadores do conselho municipal: Presidente:  Tenente Coronel João Crisóstomo de Sena Tapioca.  Demais vereadores: capitão Guilherme Joaquim do Rego Barreto; José de Morais Gomes Ferreira; Tenente-Coronel João Manoel Carneiro da Cunha; Manoel Fernandes Campos - suplente: Luís de França e Souza.  Em 16 de janeiro de 1893 o Conselho Municipal cria seu primeiro Regimento Interno que tratava do orçamento de receita e despesa, e do Código de Posturas Municipais. Vários documentos que contam a história da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho estão desaparecidos. Existem registros apenas a partir da legislatura de 1947.


HISTÓRICO DA VIDA DE VICENTE MENDES

De acordo com a funcionária da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho Elaine Amâncio dos Santos, Vicente Mendes da Silva nasceu no município de Quipapá, em 09 de março de 1915, sendo filho do Sr Antônio Mendes da Silva e da Srª Francisca Mendes da Silva. Aos 12 anos (1927), transferiu-se para a cidade de Escada, e cinco anos depois (1933) foi morar na Capital Pernambucana onde se dedicou ao comércio farmacêutico. No ano de 1941, aos 26 anos, veio morar no Cabo de Santo Agostinho onde fixou residência definitivamente.

Seu ingresso na política ocorreu quando se candidatou a prefeito em 1947, sendo vitorioso nessa eleição que concorreu pela União Democrática Nacional – UDN. Em 1954, fez concurso para Tabelião de Cartório do 2º Ofício da Comarca do Cabo, onde ficou exercendo o cargo no 2º Tabelionato Privativo de Menores até a data do seu falecimento. Em 1955, foi reeleito prefeito deste Município. Em 1963, tornou-se prefeito do Cabo pela terceira vez, assumindo o cargo no dia 15 de novembro do mesmo ano. Durante o período de 1951 a 1954 Vicente Mendes também foi Vereador e Presidente da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho.

O ex-prefeito Vicente Mendes era casado com a Srª Adelaide de Azevedo Silva e pai de doze filhos. Seu falecimento ocorreu no dia 10 de setembro de 1973, deixando uma enorme lacuna no trabalho voluntário que prestava e na política local. Sua influência foi tão marcante que o prédio da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho passou a se chamar Casa Vicente Mendes por meio da Resolução 104/73 datada de 24 de outubro de 1973.

Nas palavras do ex-funcionário da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho, Inácio José de Farias : “A política era o clima que ele aspirava. Depois de prestar-lhe serviços, dela se afastou espontaneamente, recebendo da opinião pública provas inequívocas do carinho e estima. O seu nome era acatado e respeitado por todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo e privar a sua amizade. Como farmacêutico, saía ele para os arrabaldes da cidade, a curar doentes de maleita, opilação, caquexias e outros males, inclusive fazendo partos nos morros, onde residiam as pessoas mais pobres em decorrência da falta de médicos, hospitais e maternidades. Era ele um amigo de todas as horas, sempre pronto a colaborar com aqueles que costumeiramente o procuravam.”

O historiador Luiz Alves Lacerda  desenvolve o perfil de Vicente Mendes nas seguintes palavras: “Ele na verdade não era cabense, nasceu em Quipapá. Em aqui chegando, tornou-se filho da terra e mostrou garra sem nunca ser manipulado por ninguém, nem mesmo quando investido por duas vezes como prefeito do Cabo, nos períodos de 1947/1951 e 1954/1959. Jamais foi instrumento de quem quer que fosse, ser marionete de cordéis a exemplos de muitos que mesmo sendo eleito pelo povo, vivem à mercê de seus patronos, como um ‘joão-minhoca’, exercendo o papel ridículo de um fantoche desajeitado. Além do muito  que fez pelo Cabo. Foi o construtor da praça Theo Silva, que a ajardinou, colocando banco de granito marmorizado, bem como assentamento de postes para iluminação fluorescente (...) Ela é um sitio histórico”.

Fonte: História do Cabo de Israel Felipe e Histórias do Cabo de Luiz Alves Lacerda